
Nunca os vi crescer.
Eu cresço, não paro.
O que hei de fazer?
Cresci para cima
Para baixo, para os lados.
Rasguei a camisa,
Está toda aos bocados.
A luva esticada
Não me tapa a mão.
Ninguém me dá colo,
Sou um matulão.
Furou-me o sapato
O dedo do pé.
Rebentei as calças.
Vergonha não é?
Não cabe a cabeça
No velho chapéu,
Vou-me constipar
De cabeça ao léu.
Já chego à janela
Já alcanço a estante,
Devo crescer tanto
Como um elefante.
Quem for meu amigo
De mim não se afaste,
Pois para brincarmos
Arranjo um guindaste.
Luísa Ducla Soares
É preciso crescer
Sem comentários:
Enviar um comentário