Antigamente, não havia televisão, rádio, computadores nem consolas. Os serões eram passados à lareira, em família ou numa comunidade mais alargada, ouvindo e contando histórias, verdadeiras ou de ficção. Por esse motivo, o conto tradicional é normalmente associado a momentos de lazer e diversão. Por ter tido a sua origem no povo, pode também chamar-se “conto popular”. As pessoas do povo não sabiam ler nem escrever, o que explica que estas narrativas fossem contadas oralmente, sendo transmitidas de geração em geração.
De origem geralmente anónima, o conto popular é uma narrativa curta e simples, transmitida oralmente, cujas personagens são em número reduzido e em que não é possível localizar com precisão a acção no tempo e no espaço. Em todos os continentes surgiram narrativas deste tipo. À medida que circulavam de boca em boca, muitas vezes levadas de região para região por mercadores e viajantes, pormenores e peripécias iam sendo acrescentados, modificados ou eliminados, porque, como lembra Maria Alberta Menéres, em Ulisses, “Quem conta um conto acrescenta um ponto”.
Para além de ter como finalidade entreter e divertir o ouvinte, o conto popular procura
também educá-lo, oferecendo-lhe uma lição de vida. Através dele o povo transmite os seus saberes, os seus valores, as suas crenças, isto é, a chamada “cultura popular”. Nesse sentido, os contos são uma forma de preservação da cultura. Mesmo quando não têm uma mensagem cultural explícita, pelo menos durante o tempo que dura a narração, cria-se uma ligação entre quem conta e quem ouve contar, permitindo a crianças e adultos compreender o que os rodeia e posicionar-se no mundo.
Para além dos contos tradicionais, integram a literatura oral os provérbios, as lengalengas, as adivinhas, as lendas, as quadras populares, o conto maravilhoso.
Com o tempo, houve necessidade de registar por escrito as narrativas de tradição oral, para que não se perdessem. No início do século XIX, os irmãos Grimm reuniram um conjunto de narrativas numa antologia a que deram o nome Histórias das Crianças e do Lar, que foram traduzidas em várias línguas e deram a volta ao mundo. Alguns desses contos tinham sido recolhidos por Charles Perrault, no século XVII, o que faz pensar que poderão ter uma fonte comum.
"A Gata Borralheira", um dos contos recolhidos pelos irmãos Grimm, conheceu
uma versão escrita por Sophia de Mello Breyner, incluída na sua obra Histórias da Terra e do Mar, que estudarás no 8.º ano.
Em Portugal, nomes como Almeida Garrett, Teófilo Braga, Adolfo Coelho e José Leite de Vasconcelos recolheram e publicaram contos populares e outros textos de literatura oral.

Para além de ter como finalidade entreter e divertir o ouvinte, o conto popular procura

Para além dos contos tradicionais, integram a literatura oral os provérbios, as lengalengas, as adivinhas, as lendas, as quadras populares, o conto maravilhoso.
Com o tempo, houve necessidade de registar por escrito as narrativas de tradição oral, para que não se perdessem. No início do século XIX, os irmãos Grimm reuniram um conjunto de narrativas numa antologia a que deram o nome Histórias das Crianças e do Lar, que foram traduzidas em várias línguas e deram a volta ao mundo. Alguns desses contos tinham sido recolhidos por Charles Perrault, no século XVII, o que faz pensar que poderão ter uma fonte comum.
"A Gata Borralheira", um dos contos recolhidos pelos irmãos Grimm, conheceu

Em Portugal, nomes como Almeida Garrett, Teófilo Braga, Adolfo Coelho e José Leite de Vasconcelos recolheram e publicaram contos populares e outros textos de literatura oral.
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