domingo, 20 de dezembro de 2009

Boas Festas

Desejo aos meus alunos e às suas famílias um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de Prosperidade.




sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Leituras de férias



Hoje foi o último dia de aulas. É tempo de férias e descanso, mas nada como uma boa leitura para nos absorver e transportar para outras paragens, mesmo quando não saímos de casa.

Aqui fica a recomendação de alguns títulos que podem aproveitar para ler.

Boas férias e boas leituras!


As férias batem à porta

A Ana Rita do 6.º C trouxe um poema de que gosta particularmente para ler na aula de hoje.

Aqui fica ele.

As férias batem à porta

As férias batem à porta
impacientes, querem entrar;
são amigas do calor,
do sol, da praia e do mar.

Trazem festas populares,
foguetes, bombos, melão,
pimentos, sardinha assada,
dias quentes de Verão.
Trazem pêssegos, gelados,
fatias de melancia,
viagens, tendas, caravanas,
descobertas, alegria.

As férias batem à porta
por favor deixem entrar
o ano só tem um Verão
é preciso aproveitar.

António Mota. Onde tudo aconteceu

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O João-Pé-de-Feijão

Mais um conto adaptado à actualidade, desta vez do Henrique do 6.º A.


O João-Pé-de-Feijão

Era uma vez uma família muito pobre que vivia de reparar computadores.

Um dia, um bom cliente, o senhor Alberto, pôs um computador a arranjar. Por culpa do João, que era filho da dona da loja, o computador apanhou um vírus. A mãe ficou desesperada, proibiu-o de ir à net e tirou-lhe a TV durante um mês. Mas, infelizmente, já não havia nada a fazer, o computador estava completamente estragado.

Então a mãe lembrou-se de que havia uma feira ali perto, e pensou que podia vender o computador, dizendo que estava bom. Com o dinheiro da venda e juntando um pouco do seu, podia comprar um computador novo, e assim, com o dinheiro que o senhor Alberto lhe ia pagar pelo "arranjo" do computador, recuperava o dinheiro que tinha juntado para pagar o computador e não havia perda nem lucro.

João já ia a caminho da feira com o computador às costas, quando um senhor muito bem falante veio ter com ele e perguntou se queria trocar o computador por um anti-vírus mágico que, ao ser instalado, faria com que o computador nunca mais se estragasse. Deste anti-vírus ele poderia fazer todas as cópias que quisesse. Disse-lhe também que poderia vender cada cópia que fizesse por cem euros. Sem hesitar, João aceitou e foi para casa a correr muito feliz contar à mãe.

Ao chegar a casa, ao saber do sucedido, a mãe bateu-lhe, dizendo que fora enganado, que não existiam anti-vírus assim, e mandou-lhe atirar os CD para o quintal. O Joãozinho, muito triste, assim fez com todos os CD, menos um que guardou para si e foi dormir.

No dia seguinte, João olhou pela janela e viu um fenómeno muito estranho que brilhava no quintal. Foi ver mais perto e então reparou que tinham nascido vias de Internet que chegavam até ao céu.

João pensou em escalá-las e assim fez. Quando chegou lá acima, viu que podia andar nas nuvens e também que estava muito frio. Avistou ao longe um castelo e foi para lá para se aquecer.

Ao bater à porta apareceu-lhe um monstro grande e verde que imediatamente o apanhou. João percebeu logo o que estava a acontecer, ele sabia que o monstro o ia comer.

Ao ir para a cozinha, viu um quadro com uma fotografia do monstro onde se podia ler : "O vírus mais forte do universo que vai comer amanhã todos os aldeões da terra. Ah! Ah! Ah!".

O monstro, pondo João à frente da cara, dizia: "Vamos ver se és bom para comer!" O João lembrou-se então que tinha um dos anti-vírus mágicos que o senhor lhe trocara e atirou com toda a força o CD para a boca do monstro.

Ele viu que o anti-vírus era realmente mágico. O monstro largou-o porque o anti-vírus estava a enfraquecê-lo. Correndo muito e sempre com o monstro atrás de si, João conseguiu chegar à via da Internet e desceu por ela. Chegando cá abaixo, foi buscar um computador e ligou-o à via. Vendo que o monstro já estava também a descer, instalou o mesmo vírus com que tinha danificado o computador do senhor Alberto. A via estragou-se e com ela o horrível vírus gigante que lhe estava ligado.

João foi trabalhar para comprar um computador novo ao senhor Alberto, sabendo que afinal tinha sido uma boa troca e que tinha salvado o mundo!

Henrique Ferrer, 6.º A

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Álbum do 6.º C

6.º C, aqui fica o "Álbum do 6.º C", que contém os textos de auto-apresentação que redigiram em Setembro.


Três Histórias de Três Estrelas de Natal

Enquanto espero pelos textos de Natal do 6.º A, deixo-vos três histórias de três estrelas de Natal, todas diferentes.

Descubram de qual gostam mais.

A minha turma


A minha turma

De manhã, quando me levanto,
Custa-me muito, podem crer,
Pois como moro longe da escola,
Um longo caminho tenho de percorrer.

A minha turma é o 6.º A
Onde tenho amigos a valer.
Damo-nos todos muito bem,
Porque gostamos de aprender.

Para o podermos fazer,
Uma ajudinha precisamos de ter.
Com os profesores a ensinar,
Bons alunos vamos ficar.

Depois de tudo isto contar,
Uma coisa me resta dizer:
Que o 6.º A é a melhor turma
Que eu podia ter!

Autoria: Inês Ribeiro, 6.º A

O Mar e a Vida



O Mar e a Vida

Mar,
Responde ao meu perguntar!
Mar,
Por que razão ousas ondular?

As perdas que nos fazes,
As tormentas que causas,
A tristeza que trazes,
No meu coração fazem vagas.

Nessas ondas vão os pescadores.
Eles querem pescar,
Mas tu os engoles.
Tu fazes isso:
Atormentar.

As tuas profundezas,
Ali somos presas,
Porque lá não nos deixas ir
Quanto mais as descobrir...

Mortes,
Tristezas,
Mágoas
Absorvem as tuas águas.

A tua força é uma balada,
Em ti não podemos entrar,
Porque o teu fogo é a água.

Autoria: Bernardo, 6.º A

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sâm Mân e a Mulher Misteriosa - Parte II

O Bernardo do 6.º A escreveu a continuação e a conclusão do texto retirado de "O Templo da Promessa", que lemos na aula. O texto original encontra-se no livro Contos e Lendas de Macau.

Aqui fica o texto da sua autoria:


Sâm Mân e a Mulher Misteriosa - Parte II


Com a viagem terminada, Sâm Mân foi vender o seu chá. Procurou os seus clientes habituais e pôs-se ao trabalho. Baixou o preço do chá aos seus amigos, aumentou-o aos nobres e, num instante, vendeu-o todo.

Então, decidiu seguir a mulher que tanto o intrigara. Foi dar com ela no mercado da loiça, de que já tinha ouvido falar. Aí se apercebeu da beleza das inúmeras peças de loiça que se mostravam aos seus olhos. Não hesitou em comprar algumas com o dinheiro que ganhara com a venda de chá.

Vendo Sâm Mâm, a mulher aproximou-se e perguntou-lhe o que é que um vendedor de chá fazia ali. Sâm Mân não pensou duas vezes e respondeu que fora ao mercado da loiça observar e comprar algumas peças onde poderia guardar o seu chá. Ao ouvir isto, a mulher desconfiou ligeiramente das suas palavras. Ele percebeu o pensamento dela e, por isso, falou com ela, demonstrando ser um entendido em louça para guardar chá.

Entretanto, Wu Chen, Hsi Liang e Lao Ta vendiam os seus produtos com quase tanto êxito como Sâm Mân.

Sâm Mân sentia uma forte paixão pela mulher e declarou-se do nada, sem pensar. Qual não foi a sua surpresa quando ela confessou que sentia o mesmo. Também lhe disse que permanecera serena durante a tempestade por estar ao pé dele. Casaram e foram felizes.

Ainda hoje o nome da mulher é um mistério para Sâm Mân. Quando lho perguntou, a resposta dela foi: "Olha para o meu vestido e pensa bem".

Bernardo, 6.º A

O Bernardo preferiu não dizer qual era o nome da estranha mulher, por achar que é fácil ao leitor descobri-lo. Qual te parece ser o nome dela?

Li, Gostei, Recomendo: Ulisses

Título: Ulisses

Autora: Maria Alberta Menéres

Editora: ASA


Decidi recomendar a leitura de Ulisses, porque acho que ler uma história sobre homens e mulheres audazes nos dá coragem e valentia para enfrentarmos os nossos medos.

O herói deste livro é Ulisses, um homem grego, corajoso, poeta e rei de Ítaca, onde vivia muito feliz com a sua mulher Penélope e o seu filho Telémaco. Tinha uma paixão imensa pelo mar e fez inúmeras viagens à volta do mundo. Gostava do Sol e desejava a Lua.

Ulisses passou grande parte da sua vida navegando de aventura em aventura, por entre Ciclopes e Sereias e tentando libertar-se da misteriosa feiticeira Circe. Nesses tempos, dizia-se que não houve homem que mais sofresse nem que mais feliz fosse do que Ulisses.

A história de Ulisses mostra que a vida tem altos e baixos e que devemos enfrentar os problemas com coragem e determinação. Este livro constitui um exemplo da força que devemos ter para continuar em frente.

Carolina Nicolau, 6.º C



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Outras Leituras: Ventos da Serra

Olho as crianças que rodeiam o gorducho bonacheirão, vestido de vermelho e de longas barbas brancas, esperando pacientemente a sua vez para lhe confessarem os seus mais prementes desejos, e outros Natais me vêm à memória.

Quando eu era miúdo, não tínhamos conhecimento da existência do Pai Natal. Quem trazia os presentes era o Menino Jesus. Nessa altura, os presentes não eram nada iguais aos que agora se recebem. E compreende-se: o Menino Jesus, como era pequenino, não podia alancar às costas um grande e pesado saco atestado de coisas pesadas.

Vinha a noite da consoada e nós comíamos uma enorme posta de bacalhau cozido com batatas e tronchuda. A seguir, deliciávamo-nos com a aletria, as rabanadas e os docinhos de chila, tudo abundantemente polvilhado com canela. Para enganar o sono, jogávamos o par e o pernão com figos secos e pinhões. E quando o sono tomava conta de nós, descalçávamos as socas, púnhamo-las junto da lareira e íamos em meias para a cama.

Deitava-me e pensava nas asneiras todas que tinha feito e nos pensamentos ruins que tivera e de que ainda me lembrava, a ver se o livro do Céu (o tal em que, segundo a minha mãe, o Menino Jesus apontava todas as asneiras dos meninos) não tinha nada escrito na folha onde estava o meu nome. E acabava por dar um grande suspiro...

No dia seguinte, logo depois do nosso galo cantar, eu levantava-me da cama e corria para a cozinha. E ficava a olhar, descoroçoado. Dentro das minhas socas havia sempre um par de meias de lã de ovelha, uma garfada de figos secos e uma dúzia de rebuçados dos mais baratos. Prometia a mim mesmo que a partir daquele dia não havia de ter maus pensamentos, nunca mais a minha boca se abriria para soltar um palavrão, se algum moço se metesse comigo, e até me batesse, eu ficaria de braços cruzados, e havia de fazer todos os recados que a minha mãe me pedisse.

Prometer, bem eu prometia. E se um ano só tivesse dois dias também cumpria. Mas um ano tem tantos dias...

António Mota. Ventos da Serra
(adaptado)


Se quiseres saber mais sobre António Mota, vai a http://www.nonio.uminho.pt/netescrita/pt/autores/bio_amota.html



Li, Gostei, Recomendo: A Galinha Medrosa

Como lemos alguns contos tradicionais na aula de Língua Portuguesa, o Daniel Bastos decidiu recomendar a leitura do conto "A Galinha Medrosa", que se encontra no livro Contos Tradicionais, recontados por António Mota.


Título: Contos Tradicionais
Autor: António Mota
Editora: Gailivro


Recomendo esta história, porque mostra que nem tudo o que parece é.

O conto trata de uma galinha muito medrosa, tão medrosa que, às vezes, tinha medo da própria sombra.

Um dia, quando estava a passear ao pé do galinheiro, caiu-lhe em cima um bocado de cal da parede e pensou que o céu estava a cair. Ficou tão assustada que desatou a correr.

À medida que ia encontrando todos os animais da quinta, foi contando que o céu estava a cair e eles acreditaram.

Quando encontraram o cão, este perguntou por que razão iam a correr. A galinha explicou que o céu estava cair e o cão aconselhou-os a irem para baixo da cama da dona para se protegerem.

Os animais assim fizeram e ficaram muito quietos até que adormeceram. A meio da noite, quando a senhora se mexeu, a cama rangeu e todos os animais acordaram. Ela própria acordou sobressaltada e mandou-os lá para fora. Os animais viram então que nada acontecera.

A galinha estava enganada, pois nem tudo o que parece é. Devemos ter presente esta lição no nosso dia-a-dia e ter cuidado com o que pensamos e dizemos.

Daniel Bastos, 6.º A

Se quiseres saber mais sobre o escritor António Mota, vai a http://www.nonio.uminho.pt/netescrita/pt/autores/bio_amota.html

Li, Gostei, Recomendo: Henrique, o Terrível

Título: Henrique, o Terrível
Autora: Francesca Simon
Editora: Edições Gailivro


Aconselho a leitura de Henrique, o Terrível, um livro da autoria de Francesca Simon. Recomendo este livro, porque é um exemplo da vida de um rapaz muito travesso, que não devemos seguir. Henrique tem um irmão "perfeito", chamado Pedro, e sente-se injustiçado. Talvez por esse motivo seja tão terrível...

Henrique, o terrível, sonhava ir de férias para um hotel e passar o tempo a ver televisão, a comer pipocas e batatas fritas e a beber Coca-Cola o dia inteiro.

Chegaram as férias e os preparativos estavam a correr bem... até à altura de fazer uma viagem de barco. Henrique enjoou e vomitou durante toda a viagem.

Depois de desembarcarem, Henrique e a famíla seguiram de autocarro e passaram por um hotel. Henrique ficou aborrecido, pois gostaria de lá ficar alojado. Foi o resto do caminho a reclamar, por ir para um parque de campismo sem regalias nenhumas.

Quando chegaram, enquanto os pais se dirigiam à recepção, Henrique imaginou que era um dinossauro e arrasou as tendas todas.

Como ninguém sabia que o causador da destruição tinha sido Henrique, todos os campistas receberam quinhentos euros de indemnização.

Henrique conseguiu o que queria: mudou-se com a família para um parque espectacular e, a partir de então, passaram os dias a comer pipocas e batatas fritas.

Se quiseres saber o resto da história, vai a uma biblioteca e requisita este livro, pois é muito interessante.

Catarina, 6.º C

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Poemar: Menino no Cais

Na sequência de uma conversa que tive hoje, na aula de Língua Portuguesa, com os alunos do 6.º A, resolvi antecipar para o final deste período a abertura no nosso blogue de uma nova Categoria, intitulada "Poemar".

Assim, todas as semanas, um de vocês trará para ler no início de cada aula, um poema, da sua autoria ou de um autor do seu agrado.

Aqui fica o primeiro.


Menino no cais

No cais das gaivotas
menino sentado
com sonhos morando
no barco ancorado.

Sentado, pensando,
com o sol entre os dedos,
com estrelas nos olhos
e o vento aos segredos.

Que segreda o vento?
Que segreda o mar?
Menino sentado
No barco, a olhar?

Maria Rosa Colaço,

Versos Diversos para Meninos Travessos


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Contos e Lendas do Mundo

O livro que a Manuela aconselhou é uma lenda de Porto Rico.

Como referimos quando estudámos as lendas, todos os povos inventaram as suas, misturando realidade e fantasia para assim explicarem factos do mundo que os rodeava.

6.º C, proponho-vos a elaboração de um livro de contos e lendas do mundo. O prazo de entrega das lendas, enviadas para a caixa de correio que já conhecem, é a primeira 6.ª feira de aulas do 2.º período.

Bom trabalho!

Li, Gostei, Recomendo: Atariba e Niguayona

Título: Atariba e Niguayona

Colecção: Lendas do Mundo

Editora: Everest


O livro que escolhi para aconselhar aos meus amigos foi Atariba e Niguayona, que faz parte da colecção Lendas do Mundo.

A história trata de uma rapariga que estava doente. Por esse motivo, o seu melhor amigo Niguayona estava muito triste.

Niguayona fazia tudo o que podia para salvar a sua amiga. Um dia, um papagaio ouviu as suas palavras e, ao ver que o rapaz era muito humilde, resolveu contar-lhe o segredo para salvar Atariba. Este consistia em pôr-lhe nos lábios o fruto de uma árvore que existia num sítio longínquo. Mas nem por isso Niguayona desistiu.

Niguayona foi logo para a aldeia contar a seus pais, que concordaram que fosse à procura da árvore. Nessa noite, Niguayona ficou a descansar por baixo de uma árvore. Depois de comer um pão que tirou da mochila, encostou-se ao trono e adormeceu.

Passaram alguns dias e Niguayona estava desesperado. Já pensava que não encontrava o fruto de que falara o papagaio e começou a chorar. Ao seu lado, viu algo a brilhar: era a cherimólia. O rapaz saltou e atravessou as largas e profundas águas.

Logo a seguir, foi colher o fruto. Rapidamente foi ter com Atariba para a tratar. Quando colocou o fruto nos lábios da rapariga, ela acordou. Estava salva!

Aconselho este livro, porque mostra que, quando somos muito amigos de alguém, somos capazes de fazer tudo por essa pessoa.

Manuela Esteves, 6.º C




Li, Gostei, Recomendo: O Diário da Princesa

Título: O Diário da Princesa
Autora: Meg Cabot
Editora: Bertrand Editora

O Diário da Princesa foi escrito por Meg Cabot e editado em Portugal pela Bertrand Editora.

Este livro trata de uma rapariga americana chamada Amélia, cujo diminutivo é Mia. Mia é magra e tem cabelos louros, peito liso e olhos cinzentos.

Um dia, Mia descobre que é herdeira do trono da Genóvia, na Europa. Só a sua família tem conhecimento disso e, quando Mia fica a saber, sente-se contrariada, porque não quer ser princesa.

Quando a sua amiga Lilly começa a desconfiar dessa herança, Mia acaba por contar-lhe a verdade. Por sua vez, a avó dela, a rainha da Genóvia, informa o jornal do sucedido e este é lido pela maior parte dos americanos.

Mia começa então a ser perseguida pelos jornalistas e passa a ir para a escola de limusina e acompanhada de um guarda-costas.

A partir daí, começam a dar-se tantos acontecimentos que nem os consigo contar. Para saberes mais, terás de ler o livro.

Recomendo esta colecção porque a acho interessante e divertida. Cada vez que se acaba um dos livros, fica-se logo com vontade de ler o seguinte.

Rita Wolters, 6.º A

domingo, 6 de dezembro de 2009

Museu Anne Frank - Prinsengracht 263, Amesterdão

Se quiserem ver o Anexo em que Anne, a família e alguns amigos se esconderam em Amesterdão e que é, actualmente, um Museu, vão a http://www.annefrank.org e seleccionem a versão castelhana ou a italiana.

Li, Gostei, Recomendo: O Diário de Anne Frank

Título: O Diário de Anne Frank
Autora: Anne Frank
Editora: Livros do Brasil

Um livro que eu li e recomendo aos meus colegas intitula-se O Diário de Anne Frank.

A primeira edição deste diário foi publicada em Amesterdão pela editora Contact, com o título Het Achterhuis. Achter significa atrás ou por detrás e huis, casa.

Anne Frank pertencia a uma família judaica de Frankfurt que, em 1933, fugindo das perseguições de Hitler aos judeus, se refugiou na Holanda, onde pensava existir segurança e paz.

Posteriormente à invasão da Holanda pelos alemães, as perseguições recomeçaram e tal era a violência que a família resolveu mergulhar, designação que então se dava ao desaparecimento dos indivíduos perseguidos, por razões específicas ou por motivos discriminação racial.



A família e alguns amigos esconderam-se no Anexo, na Prinsengracht, em Amesterdão. Durante dois anos que abrangem o período de guerra de 1942 a 1944, não podiam sair à rua, porque havia a possibilidade de serem descobertos pela polícia.

Anne, uma rapariga no período da adolescência, com a sua sensibilidade e inteligência, escrevia com regularidade um diário, em forma de cartas para Kitty, uma amiga imaginária. Ao escrever, sentia-se aliviada e esclarecia tudo com os seus pensamentos.

Recomendo este livro, porque gosto muito de ler diários. Até tenho um!

Ana Rita, 6.º C

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Li, Gostei, Recomendo: Uma Aventura na Televisão

Título: Uma Aventura na Televisão
Autoras: Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Colecção: Uma Aventura
Editora: Caminho

Recomendo o livro Uma Aventura na Televisão, porque trata de uma aventura emocionante, vivida por um grupo de cinco rapazes e raparigas - o Pedro, o Chico, o João, a Teresa e a Luísa - e dois cães - o Faial e o Caracol - que descobrem uma quadrilha de ladrões.

Tudo começou quando a Teresa e a Luísa concorreram ao programa televisivo A Caminho das Estrelas e passaram algum tempo a ensaiar uma canção.

Enquanto esperavam pelo início das gravações, o Pedro e uma repórter foram à cadeia tentar recolher informações sobre uma quadrilha de quatro homens que tinham fugido da prisão.

Quando chegaram ao estúdio, todos os que lá estavam tinham sido roubados e havia uma grande barafunda. Por esse motivo, decidiram recomeçar as gravações noutra altura.

À porta do estúdio, a Repórter X perguntou se queriam ir jantar a casa dela. Os cinco amigos aceitaram. À saída do jantar, o Pedro reparou que se tinha esquecido do casaco mas, quando voltaram a casa da Repórter X, esta já não se encontrava lá. Então, começaram à sua procura, mas não tiveram êxito.

No dia seguinte, depois de recolherem provas em casa de um suspeito, foram contar o resultado da sua busca à polícia.

Ao saírem do estúdio, um rapaz perguntou aos cinco amigos se queriam boleia e eles aceitaram. O que eles não sabiam era que o rapaz era cúmplice da tal quadrilha. Levou-os para um casebre onde estavam todos os desaparecidos.

O chefe da quadrilha pegou fogo ao casebre, enquanto o João foi procurar ajuda. Conseguiu salvá-los e todas a quadrilha foi presa. As gémeas participaram no concurso e ficaram em segundo lugar.

Mariana Monteiro, 6.º C

Uma Recensão de Os Cinco no Baile dos Espiões

Encontrei em http://www.leitura.gulbenkian.pt/index.php?area=rol&task=view&id=22736 uma recensão do livro Os Cinco no Baile dos Espiões, que o Ricardo recomenda, escrita por Adolfo Simões Müller em 1982. Nela, o livro é considerado "Recomendável" para leitores "Adolescentes ou quase", com "Idade 12+".


Li, Gostei, Recomendo: Os Cinco no Baile dos Espiões

Título: Os Cinco no Baile dos Espiões
Autor: Claude Voilier
Editora: Editorial Notícias

O título do livro que eu recomendo é Os Cinco no baile dos espiões. O seu autor é Claude Voilier, que se inspirou nas personagens criadas por Enid Blyton para escrever novas aventuras dos cinco primos.
Este livro pertence à colecção Novas aventuras dos Cinco.

Aconselho este livro aos meus amigos, porque tem diversão, aventura e momentos assustadores.

No princípio do livro, os primos da Zé estavam quase a chegar a sua casa e esta estava entusiasmada. Quando finalmente chegaram, cumprimentaram-se e foram à praia divertir-se.

Apareceu uma pessoa estranha que lhes disse:
- Vocês vão levar a cabo uma missão importante. Para isso, irão para a América do Norte.

A Zé protestou:
- O quê?! Não vamos, não!

Os primos não concordaram com ela e acabaram por ir todos de avião para Paris.
Aí, foram convidados para ir a um baile e compareceram, vestidos de ladrões e de piratas. Estavam a divertir-se, até que a Zé foi lá fora,ouviu qualquer coisa junto ao poço e foi atacada por um ladrão. Tim correu atrás do ladrão e um polícia apareceu e gritou:
- Larga a miúda!

A polícia disparou e tudo ficou bem. Os Cinco voltaram para casa descontraídos e foram fazer férias no campo.

Ricardo, 6.º A

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mudam-se Os Tempos, Mudam-se As Vontades

Meninos, se querem saber o que eu - e, certamente, muitos dos vossos pais e mães - lia quando tinha a vossa idade, vão a "Mistério Juvenil", em <http://www.misteriojuvenil.com>.

Perguntem aos vossos pais se se lembram dos livros, séries, anúncios publicitários, jogos, colecções de livros, objectos e recordações que lá vão encontrar.

Podem fazer comentários e dar a vossa opinião sobre o que vão descobrir.

Li, Gostei, Recomendo: Tom Sawyer

Título: Tom Sawyer
Autor: Mark Twain


O livro que recomendo tem o título Tom Sawyer e foi escrito por Mark Twain, um escritor norte-americano.

Conta a história de Tom Sawyer, um rebelde garoto que vivia numa aldeia, algures no Mississipi.

Quando os pais morreram, Tom ficou a viver com a tia Polly. Não gostava de trabalhar, de ir à escola nem de andar de sapatos e tinha o sonho de ser pirata. Faz tudo para conquistar Becky, a sua amada. A tia Polly massacrava a cabeça a pensar em castigos para ele.

A certa altura, Tom ia ter com Hulk e Jon Harper, os seus amigos, quando... Eureka, teve uma ideia! Correu o mais depressa que pôde e, quando chegou, apressou-se a contar a sua brilhante e luminosa ideia: iriam passar o resto das suas vidas numa ilha deserta perdida no Grande Rio.

Os amigos concordaram e combinaram todos os preparativos. Nessa mesma noite, Tom e Hulk, que esperavam por Jon, dirigiram-se ao cemitério... Foi aí que viram a coisa mais assustadora que alguma vez tinham presenciado: o índio Joe acabava de matar o professor e Muff estava caído no chão, completamente bêbedo.

O velho Muff levantou-se e viu o professor morto a seus pés.
"Assassinei-o", pensou ele.
Na dúvida, perguntou a Joe o que acontecera. Este mentiu-lhe, alterando o rumo da história.

Tom e Hulk juraram manter segredo, mas será que cumprem a promessa e conseguem provar a inocência de Muff?

Se queres descobrir, lê o livro Tom Sawyer.
Boa leitura!

Maria Francisca Romão, 6.º C

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Galeria de Autores: Alice Vieira

A Anaísa do 6.º C respondeu ao desafio e apresentou a seguinte biobibliografia sobre Alice Vieira:


Alice Vieira nasceu em Lisboa no ano 1942.

É escritora e jornalista. Escreve principalmente textos juvenis e é considerada uma das mais importantes autoras portuguesas de literatura infanto-juvenil.

Das obras que Alice Vieira escreveu salientam-se as seguintes:

- Rosa, Minha Irmã Rosa
- Paulina ao Piano
- Úrsula, a Maior

- Chocolate à Chuva

- A Espada do Rei Afonso

- Flor de Mel
- A Bela Moura

- A Adivinha do Rei

- Este Rei Que Eu Escolhi


Ganhou vários prémios como o Prémio da Literatura Infantil com a obra Rosa, Minha Irmã Rosa, e o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra.

domingo, 29 de novembro de 2009

Li, Gostei, Recomendo: Harry Potter e a Pedra Filosofal

Título: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Autora: J. K. Rowling
Editora: Editorial Presença


Quando se começa a ler a obra Harry Potter e a Pedra Filosofal, da escritora J. K. Rowling, entramos num mundo mágico e parece que estamos a viver a história.

A história começa com um rapaz, Harry Potter, filho de feiticeiros, que foi viver para casa de uns tios, os Dursley, onde era infeliz.

Com onze anos, Harry Potter recebeu uma carta da Escola de Feitiçaria Hogwarts, que passa a frequentar.

No fim do ano lectivo, depois de muitos acontecimentos, Harry e os seus amigos têm de passar por uma sucessão de perigos para chegar a Voldemorte, um feiticeiro misterioso, e derrotá-lo.

Em todo o livro há acção, humor e diversão, o que o torna apaixonante. Se o começares a ler, não conseguirás parar.

Henrique 6.º A

Li, Gostei, Recomendo: Úrsula, a Maior

Título: Úrsula, a Maior
Autora: Alice Vieira
Editora: Caminho


Recomendo o livro Úrsula, a Maior, da autoria de Alice Vieira, porque o achei muito interessante e envolvente.

Esta história fala-nos de uma menina chamada Maria João que, desde que sabe que existe, partilhara o quarto com alguém.

Maria João estava em casa quando uma rapariga entrou. Ela era apenas mais uma das tantas que por ali passavam. Pelo menos era o que Maria João pensava. Sara, uma das garotas que partilhara o quarto com ela anteriromente, era um pouco ingénua e, como todas as outras, mais velha do que Maria João. Mas esta era diferente.

Da mesma idade que ela, Úrsula chegara à cidade há pouco tempo. Ficaria em casa de Maria João e iriam partilhar o quarto. Bem-educada, boa aluna e de noivo destinado à nascença, Xuxu (como lhe chamavam) vinha de uma família rica de bons costumes, para estudar na cidade. A mãe de Xuxu e a mãe de Maria João eram amigas e esta última oferecera a Xuxu a sua casa para ela ficar.

Ao ver como Xuxu era, Maria João concebeu um plano: conduzi-la até ao "caminho do bem". Para ela, Úrsula tinha uma educação muito rígida, era demasiado bem-educada e precisava de "descontrair" mais. Então, pede ajuda ao seu amigo Gil Eanes e põem o plano em acção. Ao princípio, não corre muito bem, mas depois tudo tomou o seu rumo.

Muitas peripécias acontecem e são elas que tornam este livro tão empolgante.
Se quiseres saber como acaba esta história, lê-a. Prometo que vais gostar tanto dela como eu!

Anaísa Simões, 6.º C

sábado, 28 de novembro de 2009

Cartões de Natal

O primeiro cartão de Natal



Até há bem pouco tempo, era hábito desejar as Boas Festas enviando cartões de Natal. Essa prática era comum entre amigos, empresas e funcionários, proprietários de estabelecimentos comerciais e clientes.

Era muito agradável sentirmos que os nossos amigos se lembravam de nós. Não menos agradável era escolhermos os cartões que iríamos também enviar.

Os cartões recebidos eram expostos em casa, por cima da lareira ou noutros locais em evidência, e retribuídos. Nalguns casos, esta troca permitia ajudar instituições e organizações como, por exemplo, a Unicef ou os Trabalhadores do Comércio.

Actualmente, essa prática tem vindo a ser substituída pela troca de mensagens electrónicas e sms ou por um telefonema. São já poucos os que escrevem cartões de Natal, postais de férias ou cartas.

A ideia de escrever cartões de Natal partiu de Henry Cole, director do então South Kensington Museum. Para além desta função, Henry Cole era editor e escritor de livros e jornais.

Todas estas ocupações deixavam-lhe pouco tempo para escrever, como era costume naquela altura, cartas a amigos e familiares a desejar Boas Festas.

Teve então a ideia de sugerir ao pintor John Callcott Horsley que criasse um cartão de Natal para substituir as cartas que na altura se escreviam em papel decorado com motivos natalícios, ou os cartões de festa genéricos, em que apenas se acrescentava a festa a que se referiam.
Henry Cole recomendou a John Callcott Horsley que o postal devia ter uma mensagem que pudesse enviar-se a todas as pessoas da sua lista.


John Callcott Horsley criou um postal, colorido à mão, que representava uma família a brindar a um amigo ausente (o destinatário do cartão), bebendo um copo de vinho tinto. De cada lado do postal eram representados actos de caridade: "vestir os desnudados" e "alimentar os pobres". Ao centro, lia-se a mensagem "A Merry Christmas and a Happy New Year".

Pensa-se que se terão vendido mil destes cartões de Natal. Este primeiro cartão gerou controvérsia, pois as crianças da família representada também brindavam, bebendo vinho. Isso foi considerado um incentivo à corrupção moral das crianças e os postais foram retirados do mercado.

Julga-se que, no ano seguinte, Henry Cole já não enviou cartões de Natal. Apesar disso, esta prática generalizou-se em todo o mundo, parecendo estar agora a ser esquecida.

Vá lá, este ano, envia um cartão de Natal!


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Outros Textos, Outras Leituras: Eduardo Mãos de Tesoura



Hoje o Rodrigo Carneiro do 6.º C teve uma conversa comigo sobre a filmografia de Tim Burton.

Disse-me que gosta particularmente do filme Eduardo mãos de tesoura.

Rodrigo, fico à espera que, quando estiveres mais liberto do estudo para esta segunda vaga de testes de avaliação, me apresentes o texto prometido sobre este filme e as razões da tua preferência.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lenda de Timor

Deixo-vos a Lenda de Timor, que, como facilmente perceberão, pretende explicar a forma da ilha, semelhante a um crocodilo a nadar.

A Lenda

A Lenda é uma narrativa transmitida oralmente, de geração em geração, em que se misturam realidade e fantasia.

Pode possuir um fundo histórico, procurando explicar, através de uma história, a existência de determinados costumes populares, milagres, factos geográficos, acontecimentos ou a origem de lugares.


Li, Gostei, Recomendo: Contos e Lendas da Grécia Antiga


Título:
Contos e Lendas da Grécia Antiga


O livro que mais gostei de ler foi Contos e Lendas da Grécia Antiga.

Achei este livro interessante e educativo, pois quase todas as histórias têm uma moral que, por vezes, não é fácil de descobrir. Bastava eu começar a ler a primeira frase para logo mergulhar naquele mundo e naqueles tempos e não querer que a história acabasse.

Nesse livro, havia muitas, mas mesmo muitas histórias que adorei ler, mas como não podia contá-las todas, escolhi a história de um jovem chamado Narciso.

Há muito, muito tempo, quando ainda vinham deuses à Terra, existia um rapaz chamado Narciso. Era tão belo como o próprio deus Apolo. Não gostava de ninguém, a não ser de si próprio, dos seus cabelos louros, dos seus olhos... Como era belo e egoísta, partiu muitos corações. Um dia, Afrodite, a deusa do amor, fartou-se e resolveu castigá-lo.

Quando, durante uma caçada, Narciso foi beber água a um riacho, viu o seu rosto reflectido na água e apaixonou-se por si próprio. Esqueceu-se de tudo. Deixou de comer, de beber, começou a ficar sem forças e morreu.

Assim que se soube da morte de Narciso, as ninfas cujos corações ele partira resolveram enterrá-lo. Quando chegaram ao sítio onde Narciso morrera, espantaram-se, pois no lugar onde tinha caído a sua cabeça estava uma bela flor - a flor da morte, que se passou a chamar Narciso. Foi assim que Afrodite castigou Narciso, mas deixou uma lembrança dele.

Tal como esta história, todas as outras que fazem parte deste livro são interessantes. Se gostaste, toca a procurar este livro. Boa leitura!

Viktoriya Shkatova, 6.º C

Li, Gostei, Recomendo: O Guarda da Praia


Título:
O Guarda da Praia
Autora: Maria Teresa Maia Gonzalez
Editora: Verbo


O livro que eu recomendo chama-se O Guarda da Praia, de Maria Teresa Maia Gonzalez.

Este livro trata de uma escritora que precisava de um lugar sossegado para escrever um romance. Assim, alugou uma casinha junto ao mar numa aldeia piscatória. Depois, fez amizade com um rapaz chamado Luís, conhecido por "Dunas", que não tinha mãe e vivia com a avó numa ilhota.

Dunas passava muito tempo na praia e alimentava uma gaivota doente. Vigiava a praia porque o pai aí enterrara a mãe, depois de ela morrer. Por esse motivo, considerava aquela praia sua.


Gostei desta história porque fala de amizade e solidariedade. Por essa razão, é um livro que todos devíamos ler.
Rodrigo Carneiro, 6.º C

domingo, 22 de novembro de 2009

Antologia de Textos de Natal

Alunos do 6.º A:

Façam uma recolha de textos em prosa ou em verso alusivos à quadra natalícia. O prazo de entrega é a primeira aula de Língua Portuguesa do 2.º período.

Enquanto espero que me façam chegar esses textos para organizarmos uma colectânea, deixo-vos um texto sobre o Natal da autoria de George Sand, retirado do livro 101 Noites de Natal - uma antologia literária, p. 61.


O PAI NATAL


A minha mãe cantava-me também uma canção desse género na véspera de Natal, mas como isso só acontecia uma vez por ano, não me recordo dela. O que não esqueci foi a crença absoluta que eu tinha na descida pela chaminé do pequeno Pai Natal, bom velhinho de barba branca que, à meia-noite, vinha pôr no meu sapatinho uma prenda que eu aí encontraria ao acordar. Meia-noite! Essa hora fantástica que as crianças conhecem e que lhes é revelada como o termo impossível da sua vigília! Como me esforçava por não adormecer antes da chegada do velhinho! Tinha muita vontade mas também muito medo de o ver: contudo, nunca podia ficar acordada até àquela hora e, no da seguinte, o meu primeiro olhar ia para o meu sapatinho, junto à lareira. Que emoção me causava o envelope de papel branco, pois o Pai Natal era muito delicado e embrulhava sempre a sua oferenda muito cuidadosamente. Corria descalça para apoderar-me do meu tesouro. Nunca era um dom magnífico, pois não éramos ricos. Era um bolinho, uma laranja, ou muito simplesmente uma maçã vermelha. Mas parecia-me tão precioso que mal ousava comê-lo.

Histoire de ma vie

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Li, Gostei, Recomendo: Uma Aventura na Cidade

Título: Uma Aventura na Cidade
Autoras: Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Colecção: Uma Aventura
Editora: Caminho

Os meus livros favoritos são os de aventuras, por esse motivo, tenho vários. Muitos deles pertencem à colecção "Uma Aventura". Para quem não conhece, estes livros contam histórias sobre cinco jovens que adoram desvendar mistérios.

Um dos livros que eu gostei mais de ler foi "Uma Aventura na Cidade", porque tinha muita acção e adrenalina. Nesta aventura, os cinco jovens investigam uma garagem que só é frequentada durante a noite, o que acham muito estranho. Alguns dias depois, descobrem que aquela garagem é utilizada para guardar carros roubados na cidade. Conseguem deter os ladrões e assim acaba mais uma aventura.

Inês Ribeiro, 6.º A

Li, Gostei, Recomendo: Na Ponta dos Pés

Título: Na Ponta dos Pés
Autora: Beatrice Masini
Colecção: Sapatilhas Rosa
Editora: Nova Gaia

Já li vários livros e gostei de todos eles. Hoje vou falar-vos de um que narra a história de uma bailarina.

As personagens principais são Madame Olenska, a professora de ballet, Zoe, a bailarina principal, e Jonathan, um amigo especial.

A história começa com uma informação muito importante para a turma de Zoe. Madame Olenska anuncia aos alunos que poderão começar a dançar em pontas antes do previsto relativamente ao programa. Enquanto Jonathan inventa a primeira coreografia e experimenta os primeiros ciúmes da sua vida, Zoe enfrenta uma série de dúvidas importantes: tem realmente talento para a dança? E se a resposta for negativa, o que fará da sua vida?

A Academia que frequentam é uma escola de ballet imaginária, com regras imaginárias, onde tudo é fruto da imaginação. Porém, o esforço que cada personagem faz é verdadeiro!!!

Recomendo este livro a um amigo, porque nos dá uma lição de vida: nunca baixarmos a cabeça quando nos sentimos deprimidos.

Maria Bento, 6.º A

Li, Gostei, Recomendo: O Nabo Gigante

Título: O Nabo Gigante
Autor: António Mota
Editora: Gailivro

Para recomendar a um amigo, escolhi o livro O Nabo Gigante, de António Mota.

Este livro conta a história de um homem que plantou um nabo. Este transformou-se num nabo gigante e, quando chegou a altura de arrancá-lo, o homem não foi capaz. Chamou a sua mulher para o ajudar, mas nem assim conseguiram. Então, a mulher chamou uma menina que, por sua vez, chamou o seu irmão e assim sucessivamente, sempre sem êxito... Até que chamaram um rato... e conseguiram finalmente arrancar o nabo.

Eu gosto desta história, porque nos ensina que todos precisamos uns dos outros, sejamos como formos.

Carolina Dinis, 6.º A

Adaptação de um conto popular à actualidade

A Laura Lopes do 6.º A adaptou o conto popular "João Mandrião" à actualidade e escreveu o seguinte texto:

O João Mandrião

A mãe de João Mandrião era uma mulher viúva que trabalhava várias horas por dia numa fábrica, para dar tudo ao filho e para que nada lhe faltasse. Mas, certo dia, cansou-se e mandou-o trabalhar.

João Mandrião não teve outro remédio senão obedecer. Arranjou trabalho como empregado de mesa, mas ora deixava cair um prato, ora deixava cair uma bandeja cheia de chávenas. No fim do mês, todos estes estragos reflectiram-se no seu ordenado. Para tornar a situação ainda pior, quando no emprego lhe pediram o seu número de conta na Caixa Geral de Depósitos, João enganou-se e deu o número errado. Com tudo isto, a mãe ficou furiosa e mandou-o ir procurar outro emprego, já que a servir à mesa não era nada bom.

João assim fez e foi trabalhar como segurança na Broadway, uma discoteca nos arredores de Coimbra. Bem, desta vez, deixou-se aliciar pelo ritmo da noite e, de vez em quando, em vez de controlar as entradas e as saídas, ia dar um pezinho de dança. Quando o patrão descobriu, despediu-o com justa causa e mandou-o para casa sem lhe pagar o ordenado.

A mãe encheu-se de fúria e percebeu que João não sabia trabalhar e que nunca aprenderia a fazê-lo. Compreendeu também que lhe restava uma vida de árduo trabalho.

Galeria de Autores: Hans Christian Andersen

A propósito do conto infantil, a Inês Ribeiro do 6.ºA inaugurou a nossa "Galeria de Autores", apresentando uma breve biobibliografia de Hans Christian Andersen.


HANS CHRISTIAN ANDERSEN

Hans Cristian Andersen foi um poeta e escritor dinamarquês de histórias infantis. Escreveu peças de teatro, contos, histórias, e principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido.

Entre os contos de Andersen, destacam-se:

  • "O Abeto"
  • "O Patinho Feio"
  • "A Caixinha de Surpresas"
  • "Os Sapatinhos Vermelhos"
  • "O Pequeno Cláudio e o Grande Cláudio"
  • "O Soldadinho de Chumbo"
  • "A Pequena Sereia"
  • "A Roupa Nova do Rei"
  • "A Princesa e a Ervilha", e muitos outros.

Literatura de tradição oral

Antigamente, não havia televisão, rádio, computadores nem consolas. Os serões eram passados à lareira, em família ou numa comunidade mais alargada, ouvindo e contando histórias, verdadeiras ou de ficção. Por esse motivo, o conto tradicional é normalmente associado a momentos de lazer e diversão. Por ter tido a sua origem no povo, pode também chamar-se “conto popular”. As pessoas do povo não sabiam ler nem escrever, o que explica que estas narrativas fossem contadas oralmente, sendo transmitidas de geração em geração.

De origem geralmente anónima, o conto popular é uma narrativa curta e simples, transmitida oralmente, cujas personagens são em número reduzido e em que não é possível localizar com precisão a acção no tempo e no espaço. Em todos os continentes surgiram narrativas deste tipo. À medida que circulavam de boca em boca, muitas vezes levadas de região para região por mercadores e viajantes, pormenores e peripécias iam sendo acrescentados, modificados ou eliminados, porque, como lembra Maria Alberta Menéres, em Ulisses, “Quem conta um conto acrescenta um ponto”.

Para além de ter como finalidade entreter e divertir o ouvinte, o conto popular procura também educá-lo, oferecendo-lhe uma lição de vida. Através dele o povo transmite os seus saberes, os seus valores, as suas crenças, isto é, a chamada “cultura popular”. Nesse sentido, os contos são uma forma de preservação da cultura. Mesmo quando não têm uma mensagem cultural explícita, pelo menos durante o tempo que dura a narração, cria-se uma ligação entre quem conta e quem ouve contar, permitindo a crianças e adultos compreender o que os rodeia e posicionar-se no mundo.

Para além dos contos tradicionais, integram a literatura oral os provérbios, as lengalengas, as adivinhas, as lendas, as quadras populares, o conto maravilhoso.

Com o tempo, houve necessidade de registar por escrito as narrativas de tradição oral, para que não se perdessem. No início do século XIX, os irmãos Grimm reuniram um conjunto de narrativas numa antologia a que deram o nome Histórias das Crianças e do Lar, que foram traduzidas em várias línguas e deram a volta ao mundo. Alguns desses contos tinham sido recolhidos por Charles Perrault, no século XVII, o que faz pensar que poderão ter uma fonte comum.

"A Gata Borralheira", um dos contos recolhidos pelos irmãos Grimm, conheceu uma versão escrita por Sophia de Mello Breyner, incluída na sua obra Histórias da Terra e do Mar, que estudarás no 8.º ano.

Em Portugal, nomes como Almeida Garrett, Teófilo Braga, Adolfo Coelho e José Leite de Vasconcelos recolheram e publicaram contos populares e outros textos de literatura oral.

Apresentação

O primeiro trabalho que vos pedi, no primeiro dia de aulas desta disciplina, foi que escrevessem um texto curto, simples e conciso sobre vocês próprios, para ficar a conhecer-vos melhor. Tratou-se de um texto de auto-apresentação, orientado, que leram aos vossos colegas.

Aqui ficam esses textos, tendo alguns deles sido adaptados.
Cliquem nas imagens.


Ao ataque... meus piratas!

Quando vos propus a criação de um blogue para a disciplina de Língua Portuguesa, pude constatar o entusiasmo com que aceitaram este desafio.

Este blogue será feito, sobretudo, por cada um de vocês. Em conjunto, vamos fazer o melhor possível, procurando que, quando chegarmos ao fim do ano e lermos os textos publicados ao longo do tempo, possamos dizer que as vossas competências de leitura, escrita e pesquisa evoluíram.

Por isso, “Ao ataque… meus piratas!”

terça-feira, 10 de novembro de 2009

História da Gata Borralheira

Como uma rapariga descalça, a noite caminhava leve e lenta sobre a relva do jardim. Era uma jovem noite de Junho, a primeira noite de Junho. E debruçada sobre o tanque redondo ela mirava extasiadamente o reflexo do seu rosto.

Do jardim via-se a casa, uma casa grande cor-de-rosa e antiga que, toda iluminada nessa noite de festa, espalhava no jardim luzes, brilhos, risos, música e vozes. A luz recortava o buxo dos canteiros e a música misturava-se com o baloiçar das árvores.

Pelas janelas abertas avistavam-se pares dançando e vestidos claros de raparigas, vestidos que flutuavam entre os passos e os gestos. Vultos de namorados passavam entre as cortinas e vinham apoiar-se no peitoril das janelas, inclinados sobre a noite. Às vezes um riso mais agudo cortava, como um pequeno punhal, a água lisa dos tanques.

Vistas do jardim essas coisas pareciam feéricas e irreais. Delas subia, perante a alegria serena da noite, urna alegria rápida e agitada, desgarrada e passageira, um pouco triste e cruel.

Lúcia tinha dezoito anos e era este o seu primeiro baile. Tinha vindo com a tia que era sua madrinha.

A grande sala estava cheia de gente dançando, pares que se multiplicavam nos enormes espelhos esverdeados. Ao fundo um grupo de músicos tocava. Pelas janelas abertas entravam os perfumes do jardim. As cortinas inchavam-se de brisa.

A filha da dona da casa apresentou Lúcia às amigas. Estas falaram-lhe com um ar alheio e sorriram com ar indiferente. Depois continuaram as suas conversas como se ela não estivesse ali.

A música parou, outras raparigas acompanhadas por rapazes vieram reunir-se ao grupo onde a filha da dona da casa estava.

Lúcia tentou seguir a conversa. Fez uma pergunta mas ninguém lhe respondeu.

A música começou outra vez a tocar, os rapazes convidaram as raparigas para dançar e o grupo desfez-se.

Lúcia ficou sozinha. Ninguém a tinha convidado para dançar.

Olhou em redor procurando um lugar onde estivesse menos exposta à vista de todos. E viu do outro lado da sala uma cadeira vazia perto de uma janela aberta, meia escondida pela cortina.

No caminho passou em frente de um espelho e olhou-se. Mais urna vez verificou quanto o seu vestido era feio.

Era um vestido que lhe tinha sido dado pela tia que era sua madrinha.

Oito dias antes, a madrinha tinha aparecido em casa de Lúcia.

— Lúcia — disse ela — de hoje a uma semana vens comigo a um baile.

— Mas não tenho vestido de baile — exclamou Lúcia.

— Eu tenho um meu que se pode arranjar para ti.

Lúcia achou o vestido muito feio e balbuciou com cuidado:

— Lilás fica-me mal.

— Na tua idade tudo fica bem — respondeu a madrinha.

A costureira começou a marcar o vestido com alfinetes e a passar alinhavos.

— No dia do baile tens que pôr saltos altos — disse a madrinha. — Põe-te em bicos dos pés para se calcular a altura.

— Não tenho sapatos de saltos altos — respondeu ela. Mas a tia, distraída, não ouviu.

Sempre sonhara ir a um baile. Apetecia-lhe apaixonadamente ir àquele baile.

A sua vida, entre o pai viúvo e arruinado, os dois irmãos, as velhas criadas faladoras, o jardim inculto, cheio de musgos e ervas selvagens, não era uma vida triste mas uma vida monótona e modesta. Às vezes, no colégio, algumas das suas amigas falavam de um mundo de festas e divertimentos, um mundo onde tudo era fácil e todas as pessoas eram ricas. Agora, aquele baile era para ela a porta aberta para esse outro mundo.

Em casa fez uma busca ao sótão.

Lúcia descobriu uns sapatos de salto alto que, embora um pouco largos, lhe serviam.

Mas estavam fora de moda e em mau estado com o forro azul roto nas biqueiras e aqui e além manchas de bolor.

Mas agora, ali, na sala de baile, escondida atrás de um grupo de pessoas e voltada para o espelho murmurou:

— Era melhor não ter vindo.

O espelho era antigo e tinha um fundo embaciado, manchado e verde onde Lúcia se via como uma afogada boiando numa água sinistra.

— Estou pálida - constatou - preciso de pôr mais rouge.

Resolveu ir ao quarto de vestir.

— Para que vim eu a este baile? - Pensou. - Aqui o meu vestido é uma espécie de anti-passaporte que me proíbe a passagem para o mundo deles.

Desceu a escada. Na entrada parou em frente de um grande espelho de moldura dourada, pendurado por cima de um trenó. Estava ainda mais pálida agora.

Então, no fundo do espelho, atrás da sua cara, viu, descendo a escada, a terceira rapariga. Era loira, não alta mas esguia e tinha um ar aéreo. O vestido de chiffon cor-de-rosa pálido dançava em redor de seus passos.

— Não se veja nesse espelho. Faz muito má cara.

Lúcia perplexa murmurou:

— Pois é, talvez...

— A sua pele é linda e branca — atalhou a rapariga, e, ali, parece cinzenta. É melhor não olhar para lá.

Depois hesitou um instante, sorriu de novo e, olhando Lúcia, continuou:

— Sabe... é preciso não dar importância a este género de espelhos. São como as pessoas más, não dizem a verdade.

— Pois, pois é — concordou Lúcia tentando entrar no imprevisto tom da conversa.

— Sabe — e a rapariga tomou um ar ausente como se falasse sozinha — não sabemos ao certo o que querem os maus reflexos, os maus olhares, as más palavras. Talvez a perdição da nossa alma. E temos que manter nossa alma livre.

Depois, voltou a sorrir, sacudiu os cabelos e disse:

— Tenho de ir, até já.

E afastou-se.

A cadeira ao pé da janela continuava vazia.

Lúcia contornou os pares que dançavam e foi sentar-se ali.

A noite poisou a sua mão fresca sobre a sua cara afogueada.

O rapaz encostou-se à janela.

— Cheira bem, cheira a erva cortada, a buxo, a tílias, a madressilva.

— É — aprovou Lúcia debruçando-se também na janela.

— Tudo parece tão misterioso: o brilhar do luar entre as sombras e as folhas das árvores, o reflexo da lua no lago. O lago parece um espelho. É uma noite mágica.

De súbito o rapaz acordou da contemplação e com um leve arrebatamento perguntou:

— Estas noites assim não a assustam?

— Assustar? Porquê?

— Tanto azul, tantos brilhos, brisas, perfumes, parecem a promessa de uma vida deslumbrada que é a nossa verdadeira vida. Mas, ao mesmo tempo, há nessas noites uma angústia especial — há no ar o pressentimento de que nos vamos despistar, nos vamos distrair, nos vamos enganar e não vamos nunca ser capazes de reconhecer e agarrar essa vida que é a nossa verdadeira vida.

Tomou-lhe a mão para a ajudar a levantar-se e guiou-a para o lugar da dança.

— Não sei dançar.

— Não faz mal. Eu gosto de dançar consigo mesmo que dance mal.

O rosto de Lúcia iluminou-se. Não era só o elogio daquele rapaz bonito que a alegrava. Era, posta nela, a atenção de alguém que pertencia ao mundo do brilho e poder onde ela queria penetrar.

Estavam agora dançando no meio da sala, precisamente no meio da sala, debaixo do lustre, quando o sapato esquerdo escorregou do pé de Lúcia. Olhou e viu o sapato separado de si no meio da sala. Ia a dizer: — É meu — quando uma rapariga começou a rir e perguntou:

— O que é aquilo? Mas o que é aquilo?

Várias pessoas olharam. Riram. As palavras cruzavam-se no ar.

— Um sapato!

— Todo roto!

— De quem será?

— Não é de ninguém. É uma partida?

— Talvez não seja partida. Talvez seja de alguém que o perdeu.

— Ninguém é capaz de vir para um baile com um sapato daqueles.

Quando a música acabou e os pares abandonaram o espaço da dança o sapato ficou sozinho no centro da sala, esfarrapado e miserável sobre o chão polido.

O criado foi buscar as pinças que estavam penduradas ao lado do fogão e agarrou com elas o sapato e levou-o.

A música recomeçou a tocar.

— Tenho de sair daqui depressa, depressa - murmurou Lúcia.

Levantou-se e saiu da sala.

Perto da escada havia uma porta aberta que dava para um quarto pouco iluminado. Entrou e fechou a porta atrás de si.

Mas então viu que o lado de dentro da porta era, de cima a baixo, forrado de espelho. E nesse espelho ela viu-se toda, pálida, com o vestido detestado escorrendo desde os ombros até aos pés.

Lúcia olhou em redor. Em frente da porta por onde tinha entrado outra porta abria para a varanda.

— Acolá ninguém me olha — calculou ela.

E refugiou-se na varanda.

Começou a imaginar, que era ela própria e estava naquele mesmo dia, naquele mesmo baile, mas que tinha um maravilhoso vestido, o mais belo vestido que havia no baile. E quando ela passava, as pessoas murmuravam: — Que vestido maravilhoso! — Ouviu o roçar leve do vestido pelo chão e viu a sua imagem brilhando nos espelhos.

Então lembrou-se:

Naquele ano, no dia em que fizera dezoito anos, a madrinha tinha-lhe dito:

— Lúcia, tens dezoito anos, é preciso pensar no teu futuro. Não conheces ninguém, não és convidada para nada, andas vestida como uma pobre. Vem viver comigo que sou tua madrinha e não tenho filhos. Se vieres viver comigo, eu dou-te todas as coisas de que precisas.

— Não posso deixar o meu pai e os meus irmãos! — Disse Lúcia.

— Bem — respondeu a madrinha. — Viver é escolher. Se um dia escolheres um caminho diferente, vem viver comigo.

Aquele baile, aquela gente que a ignorara e humilhara era o mundo, que ela decidira escolher. Aqueles eram os vestidos, os sapatos, as jóias que ela queria possuir. Aquele o poder que desejava.

Poisou as mãos sobre a pedra fria do corrimão da varanda e murmurou:

— Tenho de escolher outro caminho. Um dia hei-de voltar aqui com um vestido maravilhoso e com sapatos bordados de brilhantes.

II

Daí a dias Lúcia foi viver com a tia. A partir do dia da escolha, o seu êxito tomara-se mecânico. Ela nem precisava quase de lutar por ele, ele aparecia-lhe, tudo o suscitava. Era como se nela agora houvesse uma fatalidade de triunfo.

Casou com um homem rico que depois de ter casado com ela se tornou cada vez mais rico. A sua beleza crescia de ano para ano, novos amigos a procuravam todos os dias.

Mas, às vezes, Lúcia fechava-se à chave, sozinha, no seu quarto e tirava a caixa da gaveta e o vestido da caixa.

Depois estendia o vestido lilás em cima da sua cama e olhava-o longamente e pensava:

— Preciso de queimar este vestido.

E assim passaram vinte anos. E nesse vigésimo ano em certa manhã de Maio, Lúcia recebeu um convite. Um convite para um baile no primeiro dia de Junho. Um baile na mesma casa onde ela, vinte anos antes, tinha ido com um vestido lilás; feio e fora de moda.

Aquele convite para um baile, na mesma casa, na mesma noite de Junho era como um encontro marcado pelo destino. E pareceu a Lúcia que era preciso que agora ela fosse àquele baile para com o seu triunfo, o seu sucesso presente, apagar, até ao último vestígio, a memória da humilhação ali antes sofrida. Era preciso que ela, como a madrasta da Branca Flor, pudesse naquela noite perguntar a todos os espelhos:

— Dizei-me espelhos, qual a mais bela, a mais perfeita, a mais rica de triunfo, aquela que está em seu reino mais segura?

E era preciso que todos os espelhos respondessem:

— Tu.

Quando ela apareceu no limiar da grande sala de baile, primeiro, ninguém acreditou no que via. Agora os vestidos de baile já não se usavam compridos até ao chão: a saia de Lúcia terminava um pouco acima das canelas. E os seus sapatos bordados de brilhantes viam-se bem. Algumas pessoas pararam de dançar.

— Não é possível que sejam verdadeiros brilhantes!

— É uma imitação!

— É inacreditável!

— Mas são verdadeiros!

— São falsos com certeza!

— Mas nunca vi jóias falsas brilharem tanto!

Houve um primeiro movimento de espanto e quase de escândalo.

Mas Lúcia começou a dançar. Os seus passos traçavam círculos sucessivos de luz, fogo e brilho. Todos os olhares a seguiam. O lume dos diamantes espalhara-se em toda a sua pessoa.

E à medida que a sua dança dava a volta à sala, Lúcia ia-se vendo de espelho em espelho. Cada espelho lhe dizia «tu». E ela sacudia os cabelos e batia as pestanas.

Era já o meio da noite quando disse a si própria: — Agora tenho de voltar àquela sala onde há vinte anos me fui esconder. Tenho de ver-me de novo no espelho que está atrás da porta, no espelho onde tive vergonha do meu reflexo.

Lúcia fechou a porta atrás de si e virou-se para o espelho. Era o mesmo espelho, ainda lá estava. Mas também a mesma imagem lá estava ainda.

Todo o seu corpo gelou num momento de horror. O seu sangue parou de correr. Um grito ficou estrangulado na sua garganta. Viu-se no espelho. Viu-se e viu que o vestido que ela tinha vestido era ainda o mesmo, era ainda o antigo vestido lilás.

Lúcia queria gritar mas o grito estava preso no seu pescoço.

Então o espelho, muito devagar começou a mexer-se. Girou lento sobre si mesmo e a porta abriu-se deixando entrar um homem.

Inclinou-se ligeiramente, com ar amável, segurou o braço de Lúcia e disse:

— Vamos para a varanda.

Lúcia respirou com esforço, sentou-se no banco de pedra e disse:

— Parece-me que não o conheço.

— Conheces — respondeu o desconhecido. — Desde há vinte anos. Estivemos juntos nesta varanda, numa noite de Junho, há vinte anos. Foi aqui que nos conhecemos.

— Eu estive, aqui mas estava sozinha.

— Eu espiei-te. Vi-te.

— Vai-te embora — murmurou Lúcia.

Mas o homem respondeu:

— Há vinte anos, aqui, nesta varanda escolheste o outro caminho. Eu sou o outro caminho.

— O que é que tu queres de mim agora?

— Quero o sapato do teu pé esquerdo.

— Não, o sapato, não.

— Ouve, Lúcia. Lembra-te: a partir daquela noite de há vinte anos tiveste uma vida maravilhosa. Nada te foi recusado, nunca mais sofreste uma humilhação. Outros sofreram, foram abandonados, humilhados, vencidos. Tu, não. Tu venceste sempre. Dá-me o teu sapato: é o preço do mundo.

— Não posso ficar no meio de um baile com um pé calçado e o outro descalço.

— Quando aqui te encontrei há vinte anos também tinhas um pé calçado e outro descalço. Mas eu penso em tudo. Não me esqueço de nada. Trouxe outro sapato para o teu pé esquerdo.

Era um sapato de salto alto, forrado de seda azul, velho, miserável, esfarrapado.

Lúcia quis fugir mas o seu corpo estava rígido e ela não pôde mover nenhum dos seus membros. Quis gritar mas a sua voz estava muda.

O homem inclinou-se, tirou-lhe do pé o sapato de brilhantes e calçou-lhe o sapato de farrapos.

Quando ao clarear do dia encontraram Lúcia morta na varanda, ninguém quis acreditar no que via. Dizia-se:

— Não é possível, não pode ser.

Parecia inexplicável.

Mas veio o médico e constatou que a morte tinha sido causada por uma síncope cardíaca. Era uma explicação.

O facto de ter desaparecido o sapato também era explicável: alguém que a vira morta ou julgara adormecida não tinha resistido à tentação dos brilhantes.

Mas o que era inexplicável era o facto dela ter no pé esquerdo um sapato forrado de seda azul, um sapato de aspecto miserável, roto e coberto de manchas esbranquiçadas de bolor!

Para isso nunca apareceu explicação.

O acontecimento foi discutido com paixão obcecada durante alguns meses. Depois foi esquecido.

Sophia de Mello Breyner Andresen,
“História da Gata Borralheira” in Histórias da Terra e do Mar (texto com supressões)